Basta dar um breve “passeio” por vagas de empregos no LinkedIn, ou mesmo em outros sites e plataformas de busca e anúncio de vagas de empregos, que facilmente nota-se a imensa quantidade de vagas requisitando profissionais disruptivos.
As empresas estão sedentas por esse tipo de profissional, com atitude inovadora e pensamento criativo. As vagas buscam profissionais qualificados para as devidas funções, mas que também sejam Open Minded (Mente Aberta), Inovadores, Disruptivos, Que Pensem Fora da Caixa, entre outros adjetivos.
Vale fazer atenção sobre o fato de que todos os adjetivos citados acima nada mais são do que sinônimos para a palavra criatividade.
Mas por que essa procura tão alta por profissionais criativos e disruptivos?
Isso é o reflexo de uma cultura corporativa que por muito tempo oprimiu a criatividade dentro de suas estruturas, terceirizando absolutamente toda pauta ligada à criatividade para os mais diversos prestadores de serviços. Empresas funcionando e operando em modelos antigos, que cada vez mais são questionados quando comparados à metodologias ágeis. É a herança da Revolução Industrial que não se modernizou e solidificou o conceito de que cada funcionário tem que se restringir a pensar de um único modo, e se concentrar apenas em suas tarefas.
Essa conta chegou. Aliás, essa conta começou a chegar faz algum tempo já, mais especificamente desde que pequenas startups tornaram-se gigantes de mercado utilizando novas metodologias, incluindo os profissionais em diversas camadas da operação e encorajando o pensamento crítico e criativo.
Portanto, essa procura por profissionais disruptivos, é a corrida para tirar o atraso de manter-se totalmente em um modelo que está muito desgastado e não é mais tão produtivo ou competitivo quanto outrora. Acho esse movimento muito válido, porém há que se ter atenção em um ponto: Como um profissional pode ser disruptivo dentro de uma estrutura que não está preparada para isso?
Profissionais são disruptivos quando têm espaço e encorajamento para agirem de tal forma.
Portanto, antes de rechear as áreas de uma empresa com profissionais que tenham esse espírito e perfil, é preciso preparar a casa para isso. É importante entender que fazer essa mudança de cultura leva algum tempo, seja uma mudança parcial ou total. Um profissional disruptivo só consegue ser realmente disruptivo em estruturas que permitem tal comportamento.
O comportamento criativo e disruptivo deve então ser encorajado pelos níveis gerenciais de uma estrutura. Deve-se permitir e dar espaço para que os profissionais pensem de um modo mais criativo e assim criem espaço para a disrupção e inovação. Não há como existir inovação e disrupção se não houver espaço para a criatividade, uma coisa está totalmente ligada a outra.
Acredito que muitas empresas estão se modernizando e mostrando-se mais abertas a esse tipo de comportamento, e acredito também que esse é o caminho a ser seguido. Não é necessário trocar todas as metodologias ou normas dentro de uma estrutura. Que fique claro que não estou condenando e nem glorificando determinada metodologia ou algum sistema específico de organização corporativa. Mas é fato que para haver a tão desejada inovação, há que se fazer um movimento e uma incorporação maior da criatividade na cultura das empresas, além de reconhecer cada indivíduo como parte pensante dentro das estruturas.
Mesclar novas metodologias e novos pensamentos com o modus operandi de sistemas organizacionais clássicos é uma prática que pode ser muito saudável e trazer inovação e oxigênio para as estruturas corporativas.
Sei que em algumas empresas, e em determinados mercados, é difícil manter toda uma operação sob metodologias ágeis e com muitos profissionais que tenham um perfil arrojado em relação à inovação, mas não é isso que estou propondo.
O que proponho é uma mescla maior de perfis e um encorajamento maior para a prática da criatividade e do pensamento crítico de todo profissional ativo dentro de uma empresa.
Mesclar os perfis profissionais e inserir um pouco mais de criatividade em diferentes áreas na estrutura de uma empresa não faz mal nenhum. Pelo contrário, só gera inovação e disrupção.
Informações do Autor
Felipe Gaspar Donatelli
Profissional com mais de 15 anos de experiência em desenvolvimento de projetos e produtos baseados em métodos criativos. Fundador e Head de Branding & Design Criativo na Flipped, estúdio de design e soluções. Co-Fundador e Head de Branding e Experiências na Apetitude, cozinha de ocasião. Co-Fundador e Head de Marketing & Comunicação do app Futebares.
felipe@flipped.com.br
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Key Words
– Criatividade
– Disrupção
– Inovação
– Mente Criativa
– Open Minded