No ritmo acelerado da vida moderna, é fácil nos deixarmos levar pela aparência e pelas coisas superficiais, perdendo de vista o que é realmente importante. O ditado popular “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento” resume essa situação de forma poética. Vivemos em uma sociedade que valoriza a imagem, a ostentação e o status. É fácil cair na armadilha de acreditar que a beleza exterior ou a posse de bens materiais são indicadores de paz interior, mas não são! Essa busca desenfreada pelas aparências muitas vezes nos leva a negligenciar o que é genuinamente valioso: as relações humanas, a empatia e o cuidado com o nosso próprio ser interior. “Tempos de dor interna” nos fazem ver as coisas como elas são. Não há dinheiro que faça calar a voz interna que incomoda o ser humano.
Andando pelas proximidades do Vale do Anhangabaú em São Paulo, não estamos mais tropeçando nas calçadas, estamos tropeçando em gente. As calçadas estão cheias de gente. Vítimas de uma guerra urbana da indiferença. Uma cena me sensibilizou profundamente, já dentro da “Biblioteca Mário de Andrade”, meu destino principal, cheio de gente “maltrapilha”. O que é isso? Bem-sucedidos e cheirosos como iphone 14 em mãos, e gente que consideramos a escória da sociedade, sentados dignamente na biblioteca com livros nas mãos. Vá até lá e veja com os próprios olhos.
Em meio à obsessão pelas coisas materiais, corremos o risco de perder de vista o valor das pessoas ao nosso redor. Nos esquecemos de que somos seres sociais e que a verdadeira riqueza está nas conexões humanas, nas relações sinceras e no apoio mútuo. Ao priorizarmos os objetos em detrimento das pessoas, perdemos a oportunidade de nutrir laços significativos e experimentar uma vida verdadeiramente plena. Você já ouviu alguém dizer: praticamente não tenho amigos na minha Empresa. Então, eu pergunto quanto tempo você está lá? A resposta corta minha alma: – 10 anos!
Diante dessa realidade, é essencial voltar nossas atenções para o nosso interior. Devemos resgatar a importância de cultivar nossa própria essência, nossos valores e nossos propósitos. Em um mundo onde somos constantemente bombardeados por estímulos externos e distrações, devemos encontrar momentos de quietude e reflexão para reconectar com nossa verdadeira essência e redescobrir o que realmente nos faz felizes e realizados.
É tempo de repensar nossas prioridades e buscar significado em nossas vidas. Devemos nos libertar da busca incessante por coisas efêmeras e fúteis, reconhecendo que a verdadeira plenitude está em experiências autênticas, no amor, na compaixão e na contribuição para um mundo melhor. Ao invés de buscar as migalhas de futilidade que tantos desejam saciar, devemos alimentar nossos corações com generosidade, empatia e valorização das pessoas ao nosso redor.
Obrigado “Biblioteca Mário de Andrade” por oferecer cultura à gente tão simples e tão rica de nobreza de alma.
Informações do Autor
Fernando Cesar Cardoso
Profissional de Treinamento & Desenvolvimento, com uma longa vivência em Educação Corporativa, atuou como executivo de Recursos Humanos e possui uma experiência adquirida em décadas de trabalho em empresas nacionais e multinacionais como: Petróleo Ipiranga, Sintofarma, Merrell Lepetit, Hoechst Marion Roussel, Aventis Pharma e Grupo Sanofi. Seu embasamento conceitual tem sido consolidado através de atualizações profissionais em cursos realizados em importantes instituições globais como: MIT Massachusetts Institute of Technology (Cambridge – EUA), The Oxford Group (Paris – França), ICM Inter Cultural Management (Nova York – EUA), CrowneFinch (Paris – França), Hay Group (Bridgewater – EUA) e HCI Education (Paris – França). Atuou como professor de Pós Gradução e MBA em “Gestão do Fator Humano”, “Planejamento de Recursos Humanos”, “Processos de Gestão de Pessoas”, “Recrutamento & Seleção”, “Gestão da Remuneração e do Reconhecimento” e “Liderança e Comportamento Organizacional” e “Vendas Estratégicas”. Adicionalmente completa seu perfil profissional como Gerente Executivo da Heutagus Educação Corporativa.
fernando.cardoso@heutagus.com.br
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Key Words
• Cultura
• Essencialismo
• Indiferença
• Materialismo
• Sensibilidade