Crianças: a causa social ignorada pelas Empresas
É louvável ver cada vez mais empresas abraçando causas importantes e levantando suas vozes para promover mudanças sociais. A responsabilidade social corporativa tem sido uma tendência crescente, e isso traz esperança para um mundo melhor. No entanto, em meio a esse movimento, é essencial não nos esquecermos das crianças, a base de nosso futuro.
Enquanto as empresas se envolvem em questões como igualdade de gênero, sustentabilidade ambiental e direitos humanos, é crucial lembrar que as crianças também enfrentam desafios significativos em nossa sociedade. Elas são vulneráveis, merecem cuidado e atenção especial.
Nossas crianças precisam de acesso à educação de qualidade, cuidados médicos adequados, proteção contra abusos e exploração, e um ambiente seguro e acolhedor para crescerem. Elas são a semente do futuro e é nosso dever garantir que elas tenham oportunidades e sejam cuidadas.
Às vezes, no afã de apoiar causas globais, as necessidades e direitos das crianças podem ser negligenciados. É fundamental lembrarmos, que ao investir em programas e iniciativas voltadas para as crianças, estamos investindo em um futuro mais promissor para todos.
A mais recente “agressão” infantil, é que agora com o trabalho remoto, as crianças são privadas de poderem usufruírem plenamente da própria casa. Considerando-se que há privação de acesso para os cômodos onde os pais ou irmãos mais velhos, estão trabalhando conjuntamente ou separadamente. Os pets parecem que estão desfrutando de maior liberdade doméstica do que as próprias crianças. As crianças já não podiam fazer barulho na escola, no cinema, no avião, e agora a completa aberração, quando pedimos silêncio para eles dentro de suas próprias. Vamos precisar criar nossos filhos trancados no banheiro ou criar cápsulas de controle sonoro para eles poderem gritar dentro delas.
Isso sem esquecer o continuo desconforto de perder os pais para reuniões ou viagens nos dias de suas apresentações de balé, formatura do inglês ou na aula pública de ginástica olímpica. Não basta as empresas terem os pais disponíveis 364 dias por ano, precisamos do 365º dia também.
Ainda assim, alguém poderia desafiar: “O que a minha empresa tem a ver com crianças?” Então, será pertinente lembrar algumas práticas que as afetam:
• O lixo das embalagens da sua empresa, afetam o ecossistema do futuro deste “ser humaninho”. Crianças, exijam a criação de cadeia reversa de suprimentos!
• Sua frota de carros com combustível fóssil, afeta a harmonia ambiental do futuro das crianças. Isso sem falar no transfer aéreo das viagens profissionais e convenções.
Então, o que podemos fazer:
• Leve seus executivos e funcionários para escolas da periferia, para pintarem salas de aula, reformarem banheiros e
• Remodele a quadra de uma escola pública e conceda-lhes uma nova estrutura e novos materiais
• Faça campanhas para doar tablets para alunos
• Doe novos uniformes e agasalhos para escolas da periferia (se quiser coloque algumlogo).
• Faça uma festa do “dia dos professores” na escola, leve mágicos, lanches e música.
Para que as crianças valorizarem também estes importantes profissionais.
• Doe todos os coffee breaks do período da manhã das suas convenções, para as crianças carentes da cidade onde estiver localizado seu hotel.
• Conceda uma bicicleta para o melhor aluno de cada classe de uma escola
• Provoca webinars ou lives para professores universitários passarem instruções, para alunos carentes que vão prestar
• E principalmente, libere seus funcionários nos dias de aniversários dos filhos, alguém na sua empresa tem mais de quatro filhos? Isso não é um problema, isto é uma benção!
Encorajamos as empresas a não perderem de vista essa responsabilidade crucial. Vamos garantir que as crianças sejam prioridade em nossas ações e investimentos. Ajudemos a construir uma sociedade que valorize e proteja seus mais jovens membros.
Não podemos permitir que as crianças sejam esquecidas em meio às múltiplas causas. Vamos estender nossos esforços, recursos e atenção para garantir que elas tenham as condições necessárias para crescerem e se desenvolverem plenamente.
Convido vocês a lembrarem-se das crianças em suas estratégias de responsabilidade social corporativa. Vamos trabalhar juntos para construir um mundo onde cada criança tenha a chance de sonhar, crescer e florescer.
Em condições de igualdade, qual a última vez você perguntou como critério de desempate em um processo de seleção: “Quantos filhos você tem?”
Informações do Autor
Fernando Cesar Cardoso
Profissional de Treinamento & Desenvolvimento, com uma longa vivência em Educação Corporativa, atuou como executivo de Recursos Humanos e possui uma experiência adquirida em décadas de trabalho em empresas nacionais e multinacionais como: Petróleo Ipiranga, Sintofarma, Merrell Lepetit, Hoechst Marion Roussel, Aventis Pharma e Grupo Sanofi. Seu embasamento conceitual tem sido consolidado através de atualizações profissionais em cursos realizados em importantes instituições globais como: MIT Massachusetts Institute of Technology (Cambridge – EUA), The Oxford Group (Paris – França), ICM Inter Cultural Management (Nova York – EUA), CrowneFinch (Paris – França), Hay Group (Bridgewater – EUA) e HCI Education (Paris – França). Atuou como professor de Pós Gradução e MBA em “Gestão do Fator Humano”, “Planejamento de Recursos Humanos”, “Processos de Gestão de Pessoas”, “Recrutamento & Seleção”, “Gestão da Remuneração e do Reconhecimento” e “Liderança e Comportamento Organizacional” e “Vendas Estratégicas”. Adicionalmente completa seu perfil profissional como Gerente Executivo da Heutagus Educação Corporativa.
fernando.cardoso@heutagus.com.br
Direitos Autorais
O conteúdo deste artigo é de inteira propriedade do “Autor”, e seus respectivos direitos autorais são protegidos pela Lei 9.610 de 19.02.1998. Qualquer uso, divulgação, cópia ou disseminação de todo ou parte deste material sem a citação da fonte, são expressamente proibidos.
Responsabilidades Autorais
Adicionalmente além dos direitos da posse do conteúdo, também incide sobre o “Autor” os deveres e responsabilidades sobre sua criação de conteúdo. Este artigo é de inteira responsabilidade do “Autor” e pode não refletir necessariamente a linha educacional, conceitual, ideológica ou programática da SBTD – Sociedade Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento.
Key Words
• Causa Social
• Cidadania
• Criança
• Responsabilidade Social
• Trabalho Remoto