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O tema da aceleração digital não é novo para muitas empresas e times multifuncionais. Há anos vem sendo debatido em diferentes contextos — dentro de companhias, grupos de trabalho e segmentos distintos. No entanto, é inegável que todos fomos surpreendidos por uma onda gigantesca e repentina chamada COVID-19, que redefiniu nossos conceitos e nos obrigou, de forma abrupta, a nos adaptar a uma nova realidade.
Essa adaptação aconteceu em tempo recorde. Tudo parecia ocorrer simultaneamente, e não havia espaço para ter todas as respostas. Foi preciso agir rapidamente, testar novas soluções e ajustar práticas ao novo cenário que dominava o nosso dia a dia.
Costumo dizer que avançamos 15 anos em apenas 15 dias em termos de progresso tecnológico, uso de ferramentas digitais e mentalidade. Nem mesmo os mais otimistas da área digital imaginariam que, em 2020, o avanço seria tão intenso e atingiria, de forma tão abrangente, todos os perfis de usuários e consumidores.
Era esperado que evoluíssemos, que novas formas de contato surgissem e que mais pessoas migrassem para o ambiente digital. O que ninguém previa era a velocidade e a profundidade dessa transformação, nem o quanto ela afetaria todos os aspectos da vida pessoal e profissional.
Acelerando o digital no setor farmacêutico
Durante a pandemia, a Indústria Farmacêutica também passou por uma forte aceleração digital — assim como outros setores —, já que esse era o único meio de se conectar com seus interlocutores. E, convenhamos, não foi fácil para ninguém.
Mas, com o passar das semanas e meses, ficou claro que era possível, funcional e, principalmente, efetivo. À medida que dominávamos as ferramentas e técnicas, o digital deixou de ser exceção e se tornou parte natural da rotina.
Hoje, cada um de nós pode facilmente listar quatro ou cinco práticas digitais que incorporamos ao cotidiano — e que vieram para ficar.
Um exemplo emblemático é o modelo de negócio e-commerce. Antes da pandemia, ele estava concentrado principalmente nas classes A e B, e entre pessoas mais familiarizadas com tecnologia. No entanto, esse cenário mudou radicalmente. Pesquisas indicam que cerca de 60% das pessoas passaram a realizar compras tanto online quanto offline após a pandemia.
Ao experimentarem o ambiente digital e perceberem seus benefícios, muitos consumidores internalizaram esse hábito e o transformaram em parte do seu estilo de vida.
O novo consumidor farmacêutico
No mercado farmacêutico, o mesmo fenômeno se repete. O consumidor descobriu as vantagens do mundo digital: acesso facilitado, comodidade, agilidade e otimização do tempo para adquirir medicamentos e produtos de saúde.
Nesse contexto, o consumo omnichannel — integração entre canais físicos e digitais — tornou- se uma realidade consolidada. As compras online com entrega em casa ou retirada na loja crescem de forma constante, e estudos apontam um aumento próximo de 90% nesse modelo.
A experiência do cliente ganhou protagonismo. Tornamo-nos mais exigentes em relação ao atendimento e à personalização da jornada digital nas farmácias. Hoje, os serviços de saúde já integram a compra online de medicamentos prescritos em plataformas digitais.
Muitos clientes buscam evitar filas e processos tradicionais, optando por atendimento via WhatsApp, delivery e programas de fidelidade nos aplicativos das redes farmacêuticas — frequentemente com promoções e descontos exclusivos.
A inteligência artificial vem aprimorando ainda mais essa experiência, oferecendo interações personalizadas e ágeis.
Telemedicina e novas formas de cuidado
Outro movimento relevante é o avanço da telemedicina. Embora não substitua totalmente a consulta presencial, ela se consolidou como uma alternativa prática e eficiente.
Muitos médicos já realizam retornos de forma virtual, revisando exames e otimizando o tempo de médicos e pacientes — o recurso mais valioso que possuímos.
Essa transformação ampliou o olhar das empresas sobre o multicanal, o comportamento do consumidor digital e o pós-compra, com foco em estratégias de CRM mais customizadas e efetivas.
As abordagens comerciais precisaram ser redesenhadas para garantir uma experiência fluida, agradável e coerente com o novo fluxo digital que vem se consolidando nos últimos anos.
O desafio das empresas
O novo consumidor é mais exigente e comparativo: avalia usabilidade, ofertas e acessos, buscando jornadas mais intuitivas e experiências positivas — independentemente da idade, gênero ou poder aquisitivo.
As empresas, por sua vez, têm se mobilizado com projetos que vão desde a produção e supply chain até o planejamento estratégico de marketing e vendas.
Há uma curva de aprendizado em curso, e as organizações estão desenvolvendo modelos, processos e estruturas para atuar de forma mais assertiva e integrada nesse novo contexto.
O desafio é grande, mas o objetivo é claro: liderar essa transformação e atender, de maneira cada vez mais personalizada, o novo perfil de consumidor.
Um futuro em construção
Estamos vivendo uma jornada ainda em construção — e o futuro continuará nos mostrando os próximos passos dessa revolução digital que transforma, a cada dia, a relação entre empresas, pessoas e saúde.
Informações do Autor
Alexandre Silva
Atuação por 30 anos na área farmacêutica em empresas como Medley, Merrell Lepetit, Hoechst Marion Roussel, Aventis e Sanofi, liderando equipes multifuncionais e com experiência em múltiplas áreas como Marketing, Comercial e Planejamento Estratégico. Fundador da Phoenix Business Consulting.
contato@phoenixbusinessconsulting.com.br
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Key Words
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