Um médico audaciosamente afirmou que as frutas eram boas, mas menos do que se imaginava. Imediatamente, pessoas vestidas de branco e de outras cores pegaram seus porretes digitais e achincalharam-no com comentários de inconformismo.
Em um congresso na Austrália, o referido profissional da saúde mostrou os fundamentos da sua disruptiva afirmação: “Fruta boa é aquela que nasce na estação certa e na região onde vivemos”. Frutas que, por semanas, são mantidas na UTI, por aí chamados containers, atravessando oceanos e fora de sua sazonalidade, são produtos industrializados como qualquer outro, mantidos sob a conservação de excipientes químicos.
Para alguém que contraria alguma das convicções socialmente pacificadas, usamos de ferocidade brutal para manter de pé aquilo em que passamos a vida inteira acreditando. Então, vamos para o meu calvário, com a seguinte afirmação: “A vida é feita de escolhas, mas a dor e o sofrimento NÃO são decorrentes das escolhas”. Pronto, falei!
Se o homem for do tipo que gosta de colecionar troféus pulando de cama em cama, não importa se ele é casado com uma dama de South Kensington, em Londres, ou com uma mulher singular de um pacato bairro da periferia, ele continuará alimentando a infidelidade como fator desequilibrante. Não importa as escolhas diferentes que fazemos, as nossas imperfeições permanecem as mesmas, nos acompanhando nas diversas alternativas de vida.
Fazemos escolhas por caminhos diferentes, mas a mochila das imperfeições e defeitos nos acompanha nas diversas trilhas que escolhemos. Levamos nossas bugigangas existenciais para todos os lados, mesmo que sejam em direções paradoxais do ponto de vista cardeal.
Com isso, podemos afirmar, com alguma margem de imperfeição, que, independentemente das nossas escolhas, lá na frente nos encontramos com os mesmos tipos de intempéries, porque as escolhas apenas abrem as portas para vivermos as nossas mesmas edições pessoais marmoteadas.
Se você se queixa porque trabalha muito, porque não vê propósito, porque tem um chefe durão, observe que, em diferentes momentos e diferentes empresas, boa parte desses sentimentos sobrevive como que agarrado em boias nas águas de uma vida pendular, que vai e volta para as mesmas inquietudes. Não são os problemas das empresas que insistem em nos encontrar, somos nós que levamos esses detritos internos para dentro das instituições corporativas.
Adoro o adágio popular que diz que “quando colocamos porcos dentro de um castelo, eles não se tornam reis, mas o castelo se torna um chiqueiro”. Então, a questão não são os castelos que escolhemos, mas os mesmos suínos comportamentais que insistem em aparecer em momentos distintos da vida. Ganhamos sofisticação na roupagem externa, mas por dentro pode ser puro pão bolorento.
Vivemos repetindo a 5ª série, e há vezes em que as imperfeições emergem com tal força, que surge de nossa própria boca: “… hoje nem eu mesmo estou me suportando!”.
Informações do Autor
Fernando Cesar Cardoso
Profissional de Treinamento & Desenvolvimento, com uma longa vivência em Educação Corporativa, atuou como executivo de Recursos Humanos e possui uma experiência adquirida em décadas de trabalho em empresas nacionais e multinacionais como: Petróleo Ipiranga, Sintofarma, Merrell Lepetit, Hoechst Marion Roussel, Aventis Pharma e Grupo Sanofi. Seu embasamento conceitual tem sido consolidado através de atualizações profissionais em cursos realizados em importantes instituições globais como: MIT Massachusetts Institute of Technology (Cambridge – EUA), The Oxford Group (Paris – França), ICM Inter Cultural Management (Nova York – EUA), CrowneFinch (Paris – França), Hay Group (Bridgewater – EUA) e HCI Education (Paris – França). Atuou como professor de Pós-Graduação e MBA em “Gestão do Fator Humano”, “Planejamento de Recursos Humanos”, “Processos de Gestão de Pessoas”, “Recrutamento & Seleção”, “Remuneração Estratégica”, “Clima e Cultura Corporativa” e “Selling Skills”. Autor dos livros: Glossário de Competências Organizacionais, Coaching Executivo e PDCA Gestão Estratégica. Adicionalmente completa seu perfil profissional como Gerente Executivo da Heutagus Educação Corporativa e SBTD – Sociedade Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento.
fernando.cardoso@heutagus.com.br
Direitos Autorais
O conteúdo deste artigo é de inteira propriedade do “Autor”, e seus respectivos direitos autorais são protegidos pela Lei 9.610 de 19.02.1998. Qualquer uso, divulgação, cópia ou disseminação de todo ou parte deste material sem a citação da fonte, são expressamente proibidos.
Responsabilidades Autorais
Adicionalmente além dos direitos da posse do conteúdo, também incide sobre o “Autor” os deveres e responsabilidades sobre sua criação de conteúdo. Este artigo é de inteira responsabilidade do “Autor” e pode não refletir necessariamente a linha educacional, conceitual, ideológica ou programática da SBTD – Sociedade Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento.
Key Words
• Autodesenvolvimento
• Desenvolvimento Humano
• Expansão da Consciência
• Recursos Humanos
• Sensibilidade Humana