O que vemos atualmente é um mundo em constante e crescente evolução e mudança, estimulado e impulsionado pelas tecnologias que avançam exponencialmente e com elas as oportunidades de emprego e o fim e o nascimento de profissões compõem um quadro onde seguramente no futuro surgirão algumas que até então não existem.
Paralelamente a esse futuro das profissões que ainda estão passíveis de aparecer, e em decorrência disso, a carreira tradicional da vida corporativa também será impactada com mudanças consideráveis.
Assim, além das profissões do futuro que ainda não sabemos quais serão e dos respectivos impactos e mudanças causadas na evolução das carreiras; temos ainda as profissões atualmente vigentes ou tradicionais as quais poderão permanecer, entretanto, com a possibilidade de terem um adicional nos seus conteúdos e incrementar o sonho ou o desejo no exercício das suas profissões. Algumas formações clássicas como Direito, Medicina e outras poderão necessitar de conhecimentos complementares ligados ao mundo digital onde sua formação e profissionalização talvez possam ser concluídas em meses e de uma forma mais especializada tornando tudo ainda mais dinâmico, futurístico e granular.
Sendo assim, será preciso estarmos atentos a essas transformações no mercado e, paralelamente, estarmos cientes de que cada vez mais as competências exigidas estarão relacionadas aos avanços tecnológicos.
A necessidade de algumas competências e capital intelectual das empresas muito provavelmente não serão supridas pelas faculdades convencionais, assim, as universidades corporativas e suas respectivas plataformas de ensino e aprendizagem dos negócios nas corporações, farão uma grande diferença para a competitividade e lucratividade das empresas através da capacitação focada em seus colaboradores e nos seus negócios. A educação corporativa, o treinamento e as habilidades humanas poderão ser um divisor de águas das empresas, pois, os próximos anos prometem mudanças profundas e radicais nos empregos e nas profissões.
Ainda sobre as profissões do futuro e reforçando o acima descrito, na revista da HSM Management – edição 154, de novembro-dezembro 2022, pesquisas e estudos indicam que 85% das profissões do mercado em 2030, ainda não existem, ou seja, confirmando a ideia de que parte dos estudantes que ingressarão nas faculdades nos próximos anos, trabalharão em profissões que ainda não foram criadas ou que nem imaginamos que surgirão. A reportagem indica ainda que com os avanços exponenciais da tecnologia, representados pela inteligência artificial e de automatização inteligente devem ganhar força e em especial algumas como por exemplo: cientistas de dados, controladores de tráfego e drones, desenvolvedores de software, assessores de creators, customers success, analista de big data, professores on line, gerentes de comunidades etc. Outro dado apontado por eles é que a busca por especialistas em ciência de dados e inteligência artificial em desenvolvimento de software para celulares cresceu respectivamente 500% a 600%, ou seja, tudo isso reforça a grande mudança no futuro das profissões.
Acredito que a melhor notícia é que sempre será preciso a existência de um ser humano para a realização dessas atividades, entretanto, esse ser humano precisará ter habilidades emocionais cada vez mais desenvolvidas bem como autoconhecimento e o heteroconhecimento, ou seja, o conhecimento do outro para saber liderar, gerir, motivar, atuar e interagir com as diferentes pessoas, de diferentes gerações dentro das empresas, sejam eles colaboradores, pares ou superiores hierárquicos.
E, falando em gerações, sabemos que os conflitos sobre os formatos de educação, conhecimento e acesso à tecnologia, já acontecem no dia a dia, e se tornarão ainda mais evidentes, deixando um grande desafio para as lideranças sobre esse gerenciamento. Outro ponto refere-se a atual geração entrante no mercado de trabalho que são os nascidos entre 1995 e 2010 e que desejam fundamentalmente trabalhar com propósito, qualidade de vida e têm grande domínio na tecnologia e na navegação nas redes sociais o que poderá potencializar essa nova relação com a empregabilidade dos profissionais em várias áreas de negócios e na gestão de pessoas.
E, finalizando sobre essa necessidade de habilidades emocionais nas profissões do futuro, há tempos já era sabido que a revolução tecnológica poderia ocasionar mudanças profundas no mundo, na lógica do mercado, no trabalho contemporâneo e no futuro das profissões devido ao seu crescimento. Nesse contexto, são requisitadas as competências chamadas “hard skills” ou seja, as competências e as habilidades mais técnicas e “duras” as quais já vinham e veem sendo solicitadas pelas empresas para atenderem as necessidades de construção e desenvolvimento de sistemas, computadores, automação e até mesmo robôs.
Entretanto, a medida que essas “hard skills” (competências e habilidades mais técnicas e “duras”) são demandadas pelo mercado de trabalho, as “soft skills” (competências e habilidades emocionais e “suaves); cada vez mais serão necessárias. Afinal por trás de toda essa sistematização, é preciso o ser humano para coordenar, programar, motivar e liderar. Dessa forma, existe uma demanda por profissionais que dominam novas tecnologias, mas acima de tudo que liderem essas pessoas nesses processos. Entretanto, o que vemos é que não existem profissionais capacitados na mesma proporção para atender essa demanda. E, contribuindo com esse cenário, existe uma modificação do próprio modelo de trabalho, que atualmente se mesclam entre “home office”, presencial e híbridos, alterando também a dinâmica e a forma de gerir e gerenciar.
Resumindo, à medida que as tarefas que demandam “hard skills” (competências e habilidades mais técnicas e “duras”) vão sendo transferidas para automação, essas atividades passam paradoxalmente a exigir dos profissionais cada vez mais competências “soft skills” (competências e habilidades emocionais e “suaves”). E aí encontramos uma grande oportunidade, pois os modelos de educação e formação de profissionais foram inspirados em formatos mais mecanicistas e técnicos daí a importância desenvolverem bem essas competências e habilidades emocionais exigidas cada vez mais pelo mercado.
Diante desse desafio em adquirir talentos e profissionais preparados com essas competências, vemos uma grande oportunidade para as áreas de recursos humanos, como a estruturação organizacional e das carreiras, os modelos de gestão de pessoas, o treinamento e a capacitação de profissionais e do setor de educação; afinal existe aí uma demanda latente de atualização dos respectivos sistemas de ensino na formação de profissionais para o futuro. Assim, fica claro que desde a formação escolar até as entrevistas de emprego nas empresas, a educação fundamental e corporativa e o mercado de trabalho têm dado sinais dessa necessidade emergente de acompanhamento e evolução do ensino para as profissões futuras.
Informações do Autor
Stella A. Purita Vessoni
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Diretora-Sócia Treinamento & Desenvolvimento Grupo Mulheres Fazendo Negócios e Consultora Comportamental & Sistêmica | Especialista em Vocação, Carreira & Liderança.
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Key Words
– Carreira
– Futuro
– Hard Skills
– Soft Skills
– Talentos