Você certamente já ouviu falar em QI (Quociente de Inteligência) – termo estabelecido em 1912 pelo psicólogo Wilhelm Stern – e, mais recentemente, também em QE (Inteligência Emocional) – popularizada em 1995 pelo também psicólogo Daniel Goleman.
Agora anote mais uma sigla caso ainda não conheça, que já se tornou a mais importante dimensão para o sucesso sustentável no planejamento de vendas pelas pessoas, times e organizações: QA – o Quociente de Adaptabilidade (ou ainda, Inteligência Adaptiva).
Sempre tivemos de forma intrínseca que a adaptação faz parte de nossa forma de evoluir diante de qualquer situação. Temos que por entender que esta é uma qualidade natural, ao mesmo tempo se depara com seu antagonista que habita dentro de cada um de nós, a dificuldade com a mudança. E como cada um de nós lida com estas forças que vivem em constante disputa?
Diante disso, antes de pensar em como nos tornarmos mais afeitos ao Quociente de Adaptabilidade, é importante revermos as “travas” que nos mantém reféns através de nossa resistência as mudanças, sejam elas internas ou internas.
Então como lidar com a resistência das pessoas às mudanças que as afetam? O mundo de nossos dias vive constantes mudanças, com as quais todos temos que conviver e às quais devemos nos adaptar, não importa qual nosso papel, posição ou situação. São mudanças econômicas, sociais e tecnológicas, que exigem de nós ajustes e adaptações, que devem ser feitos muitas vezes sem tempo para que estejamos prontos para isso. Afinal, nossos filhos ou netos não vão sempre estar por perto para resolver aqueles “desafios” da tecnologia em nosso lugar, não é verdade?
Quando é anunciado que haverá um processo de mudança que irá ocorrer internamente na organização, estas “boas novas” à primeira vista não costumam ser aceitas com passividade e tranquilidade pelas pessoas. Não é só porque as mudanças são naturais e necessárias que serão aceitas, sem contrariedade e reação, por parte de cada pessoa que será impactada nesse processo, assim como grupos, áreas e até mesmo clientes.
Como indivíduos que somos, portadores das mais diversas experiências diferentes de vida, é natural que nosso comportamento como alguém que “resiste” também possam tomar as mais variadas formas. Alguém mais condescendente pode se mostrar de uma forma mais tranquila, até transparecer uma certa resiliência, mas está “desconfortável” com a notícia. A resistência muitas vezes pode ser dirigida para a mudança em si ou para quem seja o portador da informação, quando não dirigida aquele que será o gestor responsável por sua implementação.
Quem nunca ouviu falar de “sabotagem”, “operação tartaruga”, falta de motivação, baixa produtividade, custos crescentes, pouca colaboração, apatia e formação de “panelinhas”. Entre tantos outros, estes também trazem em si a manifestação de resistência a alguma mudança introduzida, principalmente se estas forem realizadas sem os devidos cuidados necessários.
Quando se percebe que as coisas não vão bem, depois de uma mudança introduzida no ambiente de trabalho, é preciso que o agente de mudança estude a reação das pessoas ou grupos, para saber o que está enfrentando.
Desta forma, temos sempre que estar abertos a buscar maneiras de evitar ou pelo menos reduzir possível resistência. Para isso, podemos adotar algumas condutas, nos tornando agentes de mudança, olhando para este momento como uma oportunidade de sermos melhores e até reconhecidos por competências até então sem uma chance de serem exploradas.
Algumas dicas que com certeza irão colaborar com esta nova forma de olhar as mudanças, é fazer com que auxiliemos ou sejamos auxiliados a compreender qual a necessidade desta mudança.
A resistência diminuirá na proporção em que as pessoas afetadas de forma direta ou indireta, tenham a oportunidade de expressar quais são seus “medos”, seus anseios, ou seja, “seu ponto de dor”, de forma aberta e transparente. A resistência pode não ocorrer ou ganhar pequenas proporções se as pessoas afetadas participarem da definição do caráter e da forma da mudança a ser implantada, mas não sendo possível, terem acesso a informação dos resultados alcançados a cada novo momento da mudança (comunicação é tudo).
E há um fato com o qual todos iremos concordar em uníssono: a única certeza que temos é a certeza da mudança. E a partir deste ponto, passamos a perceber o quanto novas habilidades podem nos tornar altamente eficientes diante desta certeza, habilidades como o Quociente de Adaptabilidade.
Pela nossa vivência, já sabemos que nas organizações empresariais, mudam as estratégias, as políticas, a tecnologia, os organogramas, os quadros e as competências necessárias para o alcance dos objetivos de sobrevivência e crescimento, num esforço continuo de compatibilizar.
QA não é apenas a capacidade de absorver novas informações, mas de descobrir o que é realmente relevante. Deixar para trás noções obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente para mudar nossa visão dos negócios. Esse quociente envolve também características como flexibilidade, curiosidade, coragem e resiliência, pois a adaptabilidade é a capacidade de se adaptar diante de novos cenários ou transformações.
Quando desenvolvemos a adaptabilidade, somos capazes não apenas de aceitar as mudanças, mas também de aprender com elas e enxergar seus pontos positivos. Passamos a ser agentes de transformação, e não apenas o alvo de qualquer novo processo. Deixamos de ser expectadores e assumimos o papel de protagonistas.
As pessoas que possuem adaptabilidade conseguem interagir de forma correta às diferentes mudanças nos mais variados setores. Esta habilidade está diretamente relacionada à maneira como encaramos as mudanças e nos adaptamos, participando de um planejamento de vendas, por exemplo, como um profissional que vê além do “status quo”.
Agora você pode estar se perguntando: “mas quais são as competências que alguém precisa reunir para alcançar este QA? ”. Entre diversos atributos, que compõe o perfil de um profissional com Quociente de Adaptabilidade, podemos citar alguns que com certeza você conhece, possui ou pelo menos já ouviu falar a respeito.
Iniciamos pelo já tão conhecido como “jogo de cintura”. Uma habilidade que nos ajuda a lidar com as mais diversas situações, e sendo traduzida para o QA, é a também conhecida Flexibilidade.
Naturalmente com a facilidade de acesso a informação e da mesma forma, a facilidade de acesso a mesma, temos desenvolvido de forma mais intensa a busca e interesse por novidades. Esta mesma característica compõe mais um elemento de construção do QA, a Curiosidade.
Mas antes de tudo, precisamos enfrentar os nossos “pontos de dor”. Ter a capacidade que nos permita a superação de medos e nos impelindo ao enfrentamento (como agente positivo) das mudanças. Aqui o elemento de construção do QA é a Coragem.
Para isso, precisamos lançar mão de uma importante habilidade, que nos permita superar crises e dificuldades, sem perder nossos valores e nossa essência. Esta habilidade no desenvolvimento do QA é a já tão conhecida Resiliência.
O Quociente de Adaptabilidade é a “nova vantagem competitiva”, um dos principais indicadores do sucesso em um mundo totalmente vulnerável as necessidades de mudança. E por essas razões hoje é uma das competências mais valorizadas.
Quem já consegue enxergar o valor desta nova competência como uma possibilidade de crescimento e um incentivo a sair da zona de conforto, fazer diferente, questionar e desafiar os próprios limites, acaba aproveitando melhor as oportunidades para desenvolver-se pessoal e profissionalmente.
Aqui neste artigo compartilhamos apenas um pequeno ensaio sobre o que deixa de ser um vislumbre, mas que já faz parte de uma nova realidade. Incentivamos você a buscar saber mais sobre o Quociente de Adaptabilidade, conhecimento que pode ser encontrado através de produtos/serviços a treinamento, jogos e mídia.
Nossa mensagem final, construir uma vida de sucesso, só é possível com adaptabilidade.
Informações do Autor
Marcos Vinicius Souza Carvalho
Profissional qualificado com mais de 30 de anos de experiência em Gestão de Força de Vendas, Projetos e Processos, Treinamento e Desenvolvimento junto à times comerciais Sell Out e Sell In ao atuar nos mercados Retail e Non Retail, em empresas nacionais e multinacionais no segmento farmacêutico como: Schering-Plough, Novartis, Biosintética, Medley e Sanofi. Atuou também como Gerente de Treinamento e Comunicação Interna no Grupo Euro Securitizadora e atualmente como Consultor em Treinamento e Desenvolvimento para diferentes empresas.
mvs_carvalho@hotmail.com
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Key Words deste Artigo
– Adaptabilidade
– Inteligência Adaptiva
– Inteligência Emocional
– Resiliência
– Sucesso